ATA DA OITAVA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 04-4-2000.

 


Aos quatro dias do mês de abril do ano dois mil reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega da Comenda Pedro Weingärtner às Artistas Plásticas Alice Soares e Alice Brueggemann, nos termos do Projeto de Resolução nº 16/97 (Processo nº 1618/97), de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt. Compuseram a MESA: o Vereador João Motta, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Eleonora Fabre, Secretária Municipal da Cultura; o Senhor Elton Fraga, representante da Secretaria Estadual de Obras Públicas e Saneamento; o Senhor Adair Ferreira de Souza, Coordenador do Projeto ENARTES; o Senhor João Luiz dos Santos Moreira, representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - FIERGS; a Senhora Antonieta Barone, representante do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; a Senhora Myriam Pilla, representante da Senhora Alice Brueggemann, Homenageada; a Senhora Alice Soares, Homenageada; o Vereador Antonio Hohlfeldt, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome das Bancadas do PSDB, PTB, PDT, PPB, PMDB, PSB, PFL e PPS, destacou a contribuição dada pelas Senhoras Alice Soares e Alice Brueggemann para o desenvolvimento cultural da Cidade de Porto Alegre, através das atividades artísticas desenvolvidas por Suas Senhorias nas áreas da pintura, da gravura e do desenho. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as seguintes presenças, como extensão da Mesa: do Senhor Fábio Coutinho, Diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul; da Senhora Sônia Pilla, sobrinha da Senhora Alice Brueggemann; das Senhoras Julieta Soares, Maria Soares de Almeida e Jurema Soares de Almeida, sobrinhas da Senhora Alice Soares. A Vereadora Helena Bonumá, em nome da Bancada do PT, ao comentar a importância da manifestação artística para o crescimento social das comunidades, afirmou que a concessão da Comenda Pedro Weingärtner às Senhoras Alice Soares e Alice Brueggemann representa o reconhecimento da comunidade porto-alegrense ao trabalho realizado pelas Homenageadas. A seguir, o Senhor Presidente convidou os Vereadores Antonio Hohlfeldt e Helena Bonumá a procederem à entrega da Comenda Pedro Weingärtner, respectivamente, às Senhoras Alice Soares e Myriam Pilla, que recebeu a Comenda em nome da Senhora Alice Brueggemann. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra às Senhora Alice Soares e Myriam Pilla, que agradeceram as Comendas recebidas. Após, o Senhor Presidente registrou a realização de ato de descerramento de placa alusiva à presente solenidade, a ocorrer na Avenida Cultural Clébio Sória, convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e quinze minutos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador João Motta e secretariados pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Antonio Hohlfeldt, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Motta): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada à entrega da Comenda “Pedro Weingärtner” às Artistas Plásticas Alice Soares e Alice Brueggemann, nos termos do PR nº 16/97, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt.

Convidamos para compor a Mesa as homenageadas Sr.a Alice Soares; a Sr.a Myriam Pilla, representando a homenageada  Sr.a Alice Brueggemann; Sr.a Eleonora Fabre, Secretária Municipal de Cultura; Sr. Elton Fraga, representando a Secretaria Estadual de Obras Públicas e Saneamento; Sr. Adair Ferreira de Souza, Coordenador do Projeto ENARTES; Sr. João Luiz dos Santos Moreira, representando a  Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - FIERGS e a Sr.ª Antonieta Barone, representando o Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra e falará em nome do seu Partido, o PSDB, e demais Bancadas, PTB, PDT, PPB, PMDB, PSB, PFL e PPS.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: (Saúda dos componentes da Mesa e demais autoridades presentes.) Eu me permito também aqui mencionar, dentre outros, a Prof.ª Sandra Reis, Diretora do Instituto de Artes; a Prof.ª Cristina Balbão, que eu aprendi, ao longo de, talvez, mais de vinte anos, a respeitar e a encontrar em todos os acontecimentos culturais desta Cidade; o meu prezadíssimo Nelson Jungbluth e sua esposa, que são uma presença permanente nas Artes Plásticas do Rio Grande do Sul e do Brasil; da mesma forma, meu queridíssimo Plínio Bernhardt e a sua esposa, jornalista com quem convivi tantas vezes em tantas atividades do Museu de Comunicação Social; minha queridíssima Marisa Veech, que conheci, há muitos e muitos anos, liderando uma galeria de artes de estudantes e que, até hoje, continua promovendo a cultura neste Estado; prezadíssima Leonor Sonnenreich, a quem eu, particularmente, sempre devo um agradecimento público pelas idéias que me traz, aqui, no gabinete para estas homenagens; meu prezadíssimo Fábio Coutinho, diretor do Museu de Artes,  que fez questão de não estar na Mesa, porque tem outro compromisso, terá que se retirar daqui a pouco, mas que me deu um prazer muito grande de estar aqui acompanhando esta Sessão.

Aos amigos, a todos aqueles colegas que eu cruzei, em algum momento, no Museu de Artes, na Secretaria de Estado da Cultura, em tantos e diferentes momentos, eu diria a todos que, de uma certa maneira, vieram acompanhar as nossas duas “Alices” neste momento.

Alice, eu quero começar lendo um “e-mail” que o Joaquim Fonseca me mandou. O Joaquim me disse que não tinha condições de estar hoje presente, mas pediu que eu lembrasse o seguinte. (Lê.)

“Alice Soares foi a minha professora nos primeiros anos do Belas Artes. Foi

 ela quem me introduziu no seu País das Maravilhas e dos espelhos da arte.

Alice Brueggemann também é uma amiga querida que, desde o início, me deu uma ‘baita’ força, incentivando o que eu fazia.”

Essa menção do Joaquim Fonseca que é, para nós, também uma referência, com todos os seus bicos de pena, quer com os livros do Luiz Fernando, quer com o seu trabalho autônomo ou com o seu trabalho em quadrinhos, eu acho que traduz, de uma certa maneira e mais do que justifica, os motivos desta homenagem.

A Câmara de Vereadores instituiu, há alguns anos, a Comenda Pedro Weingärtner e, pela primeira vez, na história desta Casa, estamos fazendo a entrega desta Comenda a estas duas artistas, as “Alices”, como são conhecidas.

Eu fiquei, hoje, curioso para saber, Alice, o que o nome de vocês duas queria dizer. Fui então consultar - mania de escritor - um dicionário de nomes próprios, e encontrei: “Alice (do grego); Alessia: a verdadeira, pessoa que não conhece mentira, pessoa que se expressa com sinceridade.” Se o nome Alice nos remete - e Joaquim Fonseca fez essa alusão indireta no seu “e-mail” - diretamente aos livros de Lewis Caroll, autor de “Alice no país das maravilhas”, foram as maravilhas que as duas “Alices” nos criaram. Assim como a “Alice no país dos espelhos”. Elas também criaram espelhos da sociedade do Rio Grande do Sul, com todas as suas pinturas, suas gravuras, suas esculturas, seus desenhos. Essa menção ao nome próprio “Alice” não poderia ser mais feliz e mais fiel ao papel que essas duas mulheres, essas duas amigas - diziam-me há pouco, há quarenta e dois anos juntas - realizaram nesta Cidade, neste Estado.

Eu quero dizer, às “Alices” - e quando falo à Alice Soares, quero estender à D. Myriam, para que transmita à Alice Brueggemann -, que estou profundamente emocionado por poder traduzir esta homenagem da Cidade de Porto Alegre.

Várias pessoas que me marcaram ao longo dos anos, na minha formação, encontram-se aqui, hoje: o meu professor de Latim e de Inglês, meu maestro, Prof. Aluisius Staub; a Marisa Veeck, minha amiga desde os primeiros anos de jornalismo; o Plínio Bernhardt, com quem convivi desde os primeiros anos - foi com quem fiz uma das primeiras entrevistas como jornalista - e as duas “Alices”, com quem tive dezenas de entrevistas nas páginas do Correio do Povo, a quem aprendi a respeitar e com quem, de uma certa maneira, viajava, nas imagens que elas iam criando conosco.

 É importante que esta Casa, que, no seu dia-a-dia, tem um ritmo tão atribulado, tão forte, tão violento, às vezes, no resolver as questões da Cidade, possa parar alguns momentos e fazer homenagens como esta. É uma quebra no nosso ritmo cotidiano para reconhecer a importância que alguns homens e algumas mulheres têm nesta Cidade, muitas vezes ultrapassando a Cidade, ultrapassando o Estado, com o seu trabalho de criação artística.

Dizia, ainda há pouco, o Adair Ferreira de Souza, que Alice teve dois trabalhos agora na Espanha, numa exposição coletiva de artistas do Rio Grande do Sul, e contava Alice que continua desenhando. Essa dedicação ao trabalho me parece profundamente emocionante e mais do que justifica a homenagem que esta Casa faz, por decisão dos seus trinta e três vereadores, a uma proposta que trouxemos aqui. Uma homenagem sobretudo que quer dizer “obrigado, Alice Soares e Alice Brueggemann, por tudo aquilo que vocês criaram e desenvolveram ao longo desses mais de quarenta e dois anos”. Foram quarenta e dois anos em conjunto, fora os outros anos. Provavelmente teremos muita dificuldade em poder guardar, de recordar tudo isso.

Permita-me a nossa Diretora do Instituto de Artes, Prof.ª Sandra Reis, queria, aqui, como professor que sou, sugerir que o Instituto de Artes, que tem na área de artes plásticas um curso de mestrado, quem sabe lá também provocasse os atuais alunos a fazerem, nos seus trabalhos e pesquisas, a recuperação da obra que, muitas vezes, se perde desses nossos artistas.

Numa rápida conversa que tive na sala do Ver. João Motta, a Alice recordava uma série de outros nomes que conviveram com ela e que, às vezes, não sabemos ou recordamos seus nomes, perdeu-se em relação a obra, e que certamente essas novas gerações do Instituto de Artes, a exemplo do que nós fazemos no Instituto de Letras, em relação às obras de literatura, no jornalismo com as nossas faculdades de Comunicação, a gente trata de resgatar essas obras e com isso manter a continuidade, que me parece fundamental, para se entender um processo histórico, cultural que se desenrola e que é bom inclusive para se saber que as coisas não aconteceram do nada, que elas têm realmente uma seqüência, um desenvolvimento.

Queria dizer a Dona Alice, e pedir à Dona Myriam que transmitisse à Alice Brueggemann que, muitas vezes, chegando em Casa cansado do trabalho, parei um pouquinho, para olhar algum desenho, alguma gravura, alguma pintura de vocês. Isso certamente me ajudou, no outro dia, estar preparado para continuar o meu trabalho. Na briga, na corrida de uma redação de jornal, que, como o Plínio deve lembrar, era uma redação muito barulhenta, com aquelas máquinas Olivetti 88 fazendo ruídos incríveis, o velho Gastal, na redação do Correio, berrando alto ou espirrando, criando um clima de barulho. Hoje, redações silenciosas com os computadores, eu diria demasiadamente silenciosas para o meu gosto, mas de toda a maneira sempre com a presença da imagem de um pintor, de um escultor, de um gravurista, que é aquilo que anima também um jornal.

Mais do que nunca a nossa sociedade é de imagens e nesse sentido certamente a contribuição de vocês terá sido importante para nós criarmos as nossas próprias imagens do Rio Grande do Sul. Com os casarios, as meninas, as paisagens urbanas ou rurais, essas duas “Alices”, de fato, nos fizeram viajar, não somente através do Rio Grande e de Porto Alegre, mas também através de nós mesmos.

Por isso, em nome da Câmara, nós agradecemos a vocês duas por todo este trabalho. E, em nome da população de Porto Alegre, dizer que temos um carinho muito grande por vocês duas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Esta Presidência dispensou a presença do Diretor do Museu de Artes do Rio Grande do Sul - MARGS, Sr. Fábio Coutinho, por razões de agenda, mas o saúda como extensão da Mesa.

Saudamos também a presença da Sr.ª Julieta Soares, irmã da Sr.ª Alice Soares; da Sr.a Sônia Pilla, sobrinha da Sr.a Alice Brueggmann; da Sr.a Maria Soares de Almeida e da Sr.a Jurema Soares de Almeida, sobrinha da Sr.a Alice Soares; e também a presença da Diretora do Instituto de Artes da UFRGS a Sr.a Sandra Reis, como extensão desta Mesa.

A Ver.a  Helena Bonumá está com a palavra e falará em nome do Partido dos Trabalhadores.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Ver. Antonio Hohlfeldt foi extremamente feliz na sua proposição. Ele registrou, com muita propriedade na sua fala, a importância que tem para a nossa Câmara de Vereadores uma homenagem deste tipo, porque nós, que temos aqui um ritmo bastante intenso e, às vezes, bastante violento de trabalho, tratamos da política que é uma questão muito tensa e muito pesada em muitos momentos, para nós é importante uma referência como esta. É importante que para dentro desta Casa venha uma dimensão, um funcionamento da atividade da nossa sociedade,  um elemento fundamental da sociedade, que é a arte. E é uma homenagem muito feliz, porque homenageia as nossas duas “Alices”.

Eu falo em nome do Partido dos Trabalhadores, e no meu, pessoalmente, pois me criei ouvindo esses nomes, porque eu sou sobrinha de um artista plástico, o Luiz Gonzaga, como também da Cristina Galvão. E o meu tio e a minha mãe, que é também arte-educadora, ao longo dos anos sempre fizeram muitas referências ao trabalho das nossas “Alices”.

Uma coisa importante e significativa para esta Casa é que, em alguns momentos, a gente possa parar e fazer esta reflexão, da importância que a arte tem para o funcionamento da nossa sociedade. Nós não podemos pensar na sociedade sem arte, assim como a arte expressa de uma forma extremamente intensa a questão social. Então, nós nos debruçarmos sobre uma homenagem como essa pois é um momento em que nós vivemos, na nossa cidade, no nosso País, é uma homenagem para nós, também, extremamente significativa. E, ainda, o fato de serem, as duas,  professoras do Instituto de Artes, que formaram gerações e gerações de alunos e a repercussão que tem o seu trabalho entre os artistas plásticos da nossa comunidade e entre os arte-educadores. E essa parte eu consegui vivenciar e ver que toda a preocupação com a introdução da arte na educação  para que a gente consiga ter esta dimensão da vida, embora a maioria das pessoas não sejam artistas plásticos, mas a dimensão que a arte nos possibilita, como disse o Ver. Antonio Hohlfeldt, que, às vezes, admirando uma das gravuras ou um dos desenhos, a vida fica mais fácil. A dimensão que a arte traz para o nosso cotidiano, para as nossas diferentes atividades é uma dimensão que nós não podemos perder, porque ela nos humaniza. Eu penso que esse trabalho, ao longo do tempo, ao longo da sua experiência, a repercussão que isso tem, inclusive na arte-educação e na formação dos arte-educadores, são elementos da nossa humanização, como sociedade e como seres humanos. Na nossa atividade política, é importante que nós saibamos reconhecer isto.

Por isso salientamos a significação do gesto do Ver. Antonio Hohlfeldt para com esta Casa. É importante que a gente saiba reconhecer e valorizar a atividade artística e seus principais expoentes, nossos principais expoentes, como pessoas que estão dando a contribuição decisiva, definitiva, constitutiva, para a nossa formação enquanto sociedade. E esse reconhecimento ele tem que ser feito porque tem que haver decorrências dele, que é a valorização da arte e que é a introdução da arte na formação dos seres humanos. Essa é uma dimensão que nós não podemos perder, e que, infelizmente ainda é, do ponto de vista de que deveria ser na educação, ou na formação dos seres humanos, muito aquém do que deveria ser na realidade. A nossa plenitude de seres humanos necessita da arte, e infelizmente não são todas as pessoas que tem acesso a isso, porque a nossa educação ainda não possibilita.

É importante que uma Casa política, uma Casa Legislativa, uma Instituição do porte da Câmara de Vereadores, faça esse reconhecimento.

E, por fim, eu quero fazer a referência de que são duas mulheres, e eu tenho sempre lutado pela questão da mulher. Acho que aí tem, também, uma feliz coincidência histórica de nós estamos homenageando aqui o trabalho de duas mulheres artistas plásticas que também enxergam o mundo a partir da sua condição de gênero, e que, portanto, estão dando, a partir da sua condição de gênero, de mulheres, uma contribuição nesse campo, o que para nós mulheres é uma coisa importante, é um fator de orgulho, é uma referência, é um exemplo.

Eu agradeço a essas duas mulheres que dão esse exemplo, que trazem a sua contribuição à Câmara de Vereadores; agradeço essa homenagem do Ver. Antônio Hohlfeldt e, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós deixamos aqui esse registro da importância do resgate do trabalho dessas duas mulheres artistas porto-alegrenses - não são porto-alegrenses, mas estão porto-alegrenses, são da nossa Cidade, influenciam a nossa Cidade, influenciam o nosso Estado -, o resgate que a gente tem que fazer da importância da arte na nossa formação, na nossa constituição de cidadãos e cidadãs. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Convido o Ver. Antonio Hohlfeldt e  a Ver.a Helena Bonumá para fazerem a entrega da Comenda Pedro Weingärtner às homenageadas: Alice Soares e Alice Brueggemann, esta na figura de sua representante.

 

(Procede-se à entrega das comendas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Passo a palavra à homenageada  Sr.a Alice Soares.

 

A SRA. ALICE SOARES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é um prazer enorme, em primeiro lugar e uma alegria muito grande. Foi uma surpresa, também, todas essas coisas reunidas numa apreciação muito grande pelos acontecimentos que nos surpreenderam. O que eu mais sinto, por exemplo, neste momento, é a ausência da minha companheira de trabalho, porque não foi sozinha que eu consegui manter, numa sala, um trabalho, que se desenvolveu durante tantos anos e que nos trouxe a oportunidade de conhecer tantas pessoas, pois nós andávamos sempre à procura daqueles que pudessem trazer uma contribuição para o que pretendíamos desenvolver.

Confesso minha admiração pela minha companheira de trabalho Alice Brueggemann porque ela não tem tamanho. A Alicinha tem uma qualidade de atrair as pessoas de uma maneira maravilhosa, porque sempre à frente de tudo está aquela coisa tão linda que podemos chamar de amizade. Sempre que uma pessoas se apresentava a nós, no nosso atelier, surgia uma disposição de uma amizade pura, dirigida ao que era o nosso trabalho e o que é, para nós, e para todos os artistas - tantos aqui presentes -, o que seja o ser humano se manifestar através da linguagem artística.

O que mais sinto é a Alicinha não poder se fazer presente aqui conosco, no dia de hoje. Naturalmente, todos devem sentir isso. Mas aqui está a Myriam, representando a Alicinha, e dentro do seu coração, ela entendeu tudo o que ela proporcionou e  nos proporciona  sua irmã tão querida.

V. S.as podem observar que eu estou meio tropeçando. Confesso que já estou um pouco desligada daquele mundo em que vivi tantos anos, num contato diário com pessoas, com quem nós nos comunicávamos. Hoje,  eu estou bastante mais isolada disso, procuro ler e visitar algumas exposições ou alguma coisa que acontece, mas já não é como foi. A idade traz alguns problemas; pelo que vejo, ninguém está me acompanhando no tempo em que estou me referindo, porque eu vou à frente de todos os que estão aqui , ou quase todos.  Mais do que tudo, agradeço de todo o meu coração este prêmio que estamos recebendo.  Por mais que analise a minha vida, sempre me parece que não fiz o bastante, que eu ainda teria que fazer mais para corresponder a tudo o que recebi. Eu gostaria de deixar registrado de uma forma especial, o meu carinho para a Myriam Pilla, nossa companheira, irmã da Alicinha Brueggemann, porque a Alicinha dependia muito, de certa maneira, do apoio que sempre recebeu da Myriam. 

Eu encontrei - isso é muito importante - um grande apoio da minha família no pouco que pude fazer. Eu tive grandes amigos, alguns deles, naturalmente, estão presentes. Na verdade, eu não sei muito o que dizer e posso me esquecer de alguém, mas as pessoas que têm  uma visão do que seja levar os bons acontecimentos para frente e que se empenharam para que as coisas acontecessem de maneira bem conveniente, como fez o Ver. Antonio Hohlfeldt em nos proporcionar esta oportunidade. A ele um agradecimento  muito especial, porque reconheço nele um desejo de confraternização, de bondade, de ligação com as coisas que de melhor acontecem na vida.

Vou encerrar, agradecendo a todos pela presença. Se eu fosse citar poderia nomear vários amigos que estão aqui nesta Casa, que me proporcionou essa oportunidade. Se eu passasse o microfone a cada um de vocês escutaríamos coisas mais adequadas, mas fico por aqui para não cansá-los.

Muito obrigada a todos pela homenagem que me prestaram. Nem sei se a mereço totalmente, mas sinto-me profundamente emocionada por causa da situação em que me encontro, e de não estar presente com a minha companheira de trabalho. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): A Sr.ª Myriam Pilla está com a palavra.

 

A SRA. MYRIAM PILLA: Agradeço, mas não me sinto capacitada para falar, e até pedi para a Alice falar por mim, e em nome da Alice Brueggemann, pois estou muito emocionada.

 

O SR. PRESIDENTE (João Motta): Nós, antes de encerrarmos esta Sessão, gostaríamos de convidá-los para passarmos, ao final, ao hall de entrada do Plenário, na Av. Cultural Clébio Sória, para fazermos o descerramento da placa alusiva a esta solenidade.

Para concluir esta Sessão gostaria de convidar a todos para ouvirmos, em pé,  o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)                   

 

(Encerra-se a Sessão às 16h15min.)

 

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